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Friday, September 02, 2005

Atração por escândalos

Escandalosa. Ser ou não ser?
Eis a questão que desafia a imprensa eu­ropéia. Na Inglaterra, dos tablóides
sensacionalistas, apesar dos ventos contrá­rios que jornais como o Sun vêm enfrentan­do, a imprensa sensacionalista que explora escândalos - de preferência sexuais -. fofo­cas, faits divers e entretenimento continua com tiragens milionárias. O SW1, por exem­plo, vende 3,7 milhões de exemplares. Já vendeu quatro milhões, mas os excessos co­metidos na cobertura da morte da princesa Diana parecem ter deflagrado um certo des­contentamento do público com a imprcnsa sensacionalista.
Este tipo de imprensa se beneficia das leis extremamente liberais existentes na In­glaterra e de urna interpretação bem ampla do que seria um código de ética por parte das entidades profissionais que congregam os jornalistas ingleses. Os leitores atraídos pelos jornais populares são basicamente jo­vens operários e funcionários não qualifica­dos. principalmente do sexo masculino. Ainda não se pode falar em crise, mas o pú­blico da imprensa sensacionalista vem dimi­nuindo, preferindo ver mais televisão ou mesmo comprar os jornais tradicionais que dedicam cada vez mais espaço para assun­tos populares, esportes e entretenimento. A família real é um dos alvos prediletos da im­prensa popular e são poucos os instrumen­tos jurídicos com que ela conta para prote­ger sua privacidade.

Na França, a situação é totalmente dife­rente. Leis muitas rígidas e um código de éti­ca extremamente rigoroso garantem a priva­cidade dos cidadãos. A diferença entre o pú­blico e o privado é claramente delimitada e respeitada e as penas para quem cruza inde­vidamente a fronteira são pesadas, tanto financeira quanto juridicamente. Durante o governo de François Mitterrand. por exem­plo, toda a imprensa francesa sabia da existência de uma filha, Masarine, que o presidente tinha tido de uma outra relação. No entanto, isto só foi noticiado, quando Mitterrand enviou claros sinais que não queria mais manter o segredo. No enterro do presidente morto em 1996 vitimado por complicações causadas por um câncer, as duas famílias participaram juntas de todas as solenidades oficiais. Aliás, na morte do presidente,a im­prensa francesa deu outra manifestação de civilidade. Apesar de ser do conhecimento de todos que Mitterrand agonizava em seu apar­tamento particular. nenhuma equipe de jor­nalistas dava plantão diante do edifício. A notícia da morte foi divulgada oficialmente pelo presidente Jacques Chirac.
Tanta civilidade não impediu. no entanto que no velório privado alguém tivesse feito uma foto do corpo do presidente com uma minicâmera e a vendesse para o Paris Match que a publicou. Foi um escândalo. (E.S.)

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